21.11.11

Sinestesia - Manuel Vasquez Gil

 Sentado, espero,
meus olhos já não divisam mais o horizonte,
o sol se esconde há muitos dias atrás do monte,
e o coração não pulsa mais,
já não há nada...
É só silêncio,
os cães não latem, as folham caem sem ruídos,
nada consegue sensibilizar os meu ouvidos,
meus pensamentos são fatais,
como uma espada...
A dor cessou,
já não sei mais há quanto tempo estou sentado,
só a solidão por todo o sempre ao meu lado,
os sentimentos anormais,
vida parada...
Sentado, choro,
água que tenta saciar a tua ausência,
diluir a mágica, a saudade e a ciência,
minhas lágrimas banais,
a paz roubada...
Já não respiro, nem sinto e nem penso,
o universo estancou, nada se move,
compasso de espera, assim suspenso,
e apenas tua lembraça me comove.
Sentado, espero, e alimento a esperança
que o rio volte a correr pelo seu leito,
que veja de novo teu sorriso de criança,
e que teu abraço desfibrile o meu peito.

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